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domingo, 12 de março de 2017

A “ciência” dos eclesiásticos



Certo sujeito metido a “cientista” chamado Eli Vieira, que se diz “geneticista”, reúne em si a nata que há de pior na “ciência” – ou pensamento “científico”: determinismo biológico para legitimar a suas ideias e o analfabetismo ideológico vestida com a cueca suja de mentiras colocada na cabeça para se fazer de palhaço.

(Parece coisa de nazi-fascista, não é mesmo? Quando ‘cientificavam’ etnias e povos para dominação e extermínio. Pobre dos judeus, homossexuais, e negros...)

Tanto é verdade que o próprio escreveu um comentário no post ao ser indagado se já tinha lido Marx – em que será criticado:



“O que você já leu de Darwin? Aliás, eu jamais vou convidar alguém que quer compreender a teoria de Darwin a ler Darwin, pois ele precede 150 anos de pesquisas, atualizações, e explicação das mesmas ideias em termos mais simples em manuais de biologia. O fato de que é comum ser desafiado a ler Marx só prova o quanto a coisa toda ainda é uma mescla de culto à personalidade com revelacionismo e apelo a autoridades.”


O Sr. Eli é a síntese da desonestidade humana. Possui seguidores tão vis quanto uma quadrilha que assalta um banco. Pois as ideias são mais letais que as armas, já nos alerta V. Lênin.

Vocês conseguem imaginar alguém se tornando cientista, poeta, músico de orquestra em meio à pobreza e miséria? Eu chuto que não. Ser essas coisas requer que a pessoa dedique bastante tempo ao treino (estudo teórico, prática com os instrumentos etc.), e uma pessoa em situação de pobreza geralmente gasta a maior parte de seu tempo na atividade que lhe garante os meios de subsistência, e não tem tempo para o treino de que falamos, nem meios de conseguir o material de treino necessário e muitas vezes tampouco energia. A pobreza e o tempo de trabalho aparecem, então, como uma prisão, ou melhor: uma barreira que impede a realização das potencialidades pessoais.

É isso que marxistas criticam. É isso que, na minha consciência de classe, sou aquilo que os outros gostaria que fossem: ter em si a noção que a ciência nos humaniza e a humanização do indivíduo do mundo e da própria ciência não é uma tarefa científica, mas social!

Superar as relações de distribuição da propriedade e de produção (a divisão social do trabalho) não é uma tarefa fácil. Mas podemos empreendê-la se quisermos uma sociedade mais justa. Devemos fazê-la se considerarmos nosso próprio dever moral para com as outras pessoas, em especial as mais humildes. Temos de realizá-la se levarmos em conta que a manutenção da sociedade tal qual ela se encontra significa que muito provavelmente nós mesmos estaremos condenados à pobreza e/ou à estafa e o estresse no trabalho, na barbárie ou a ver o meio ambiente se destroçar de vez com um aumento excepcional da produção capitalista ocasionado por políticas econômicas que visem à escravidão moderna em prol do “capital”.

Veja só a religiosidade de nosso fiel à igrejinha da Teologia Mercantil:




Eli, como a maioria dos “racionalistas” de internet, não tem compromisso algum com a racionalidade. Repetem e reafirmam bravatas sepultadas no cemitério da vergonha.

Nesse sentido Lukács diz: “Não muito diferente é a situação da assim chamada desideologização que se tornou o mote em moda da manipulação neopositivista. (...) Segundo a determinação do seu ser, ela igualmente é uma ideologia, tendo, todavia, uma constituição bem peculiar. (...). Nesse ponto, manifesta-se de modo totalmente escancarado, aquilo que objetivamente entrara em ação já em Max Weber, claro que num nível intelectual e moral muito superior, a saber, que a gnosiologia não é o órgão apropriado à diferenciação entre ideologia e não ideologia. A função social decide se algo se torna ideologia, e sobre isso a gnosiologia, por sua essência, não pode dispor.” (Para uma ontologia do ser social).


Mas exigir que um “racionalista de internet” pense é o mesmo que julgar um peixe por sua capacidade de subir em árvores, ou seja, é axiomático sua vida toda ser um legítimo estúpido.

O marxismo não é mera crítica negativa (muito menos “ódio” de classe), também existe um sumo teórico distinguível nos trabalho a partir de Marx. Isto é, o próprio não criou uma teoria em si, mas nós podemos fundamentar uma a partir de sua posição teórico-metodológica.

O Sr. Eli e os demais apoiadores dessa falácia – isso para não dizer que são analfabetos ideológicos (apesar de serem) – fazem linha certa com o relativismo epistêmico, o irracionalismo e o conservadorismo social-político. O pior: criticam acriticamente algo sem ao menos entender; e mais ainda: jogam algo para alguém quando se faz vítima do próprio fantasma que criou em sua imaginação. Isso tem um nome: esquizofrenia e síndrome do pânico.

Estes seres produzirem seu objeto da forma como querem, o montam e o desmontam com seus “olhares” em pilhas de textos, artigos e teses, com a consciência tranquila que não foram dogmáticos ou ortodoxos. Evidentemente que a “abertura às ideias” e a pluralidade delas, neste sentido, é a justificação da mediocridade de quem já abandonou há muito qualquer pretensão de conhecimento, isto em troca de meros devaneios e debates escolásticos que são esquecidos pelos ouvintes tão logo levantam de suas cadeiras. Justamente assim como a pilha de textos que podem até mesmo sofrer aquele processo do ser inorgânico negado pelos nossos ilustres teóricos que é a combustão e a transformação da forma de matéria do papel em cinza sem que haja grande prejuízo para a humanidade. 

A realidade é absolutamente indiferente a nossa “neutralidade” não neutra. Já que a posição só mantém intacto o atual estado de coisas que verdadeiramente – como adequação do concreto pensado ao concreto real – é uma sociedade de classes com antagonismos estruturais.

É um ferrolho de ideias de uma mesma ordem societária. Capotada na primeira curva da realidade idealizada. Não consegue se mover no interior do parco conhecimento da própria situação de classe.

Mover-se em sentido para a humanidade visto que sua vida se determina pela aquela relação de mediação com a natureza chamada trabalho, sem a qual não há sociedade, coloca a questão da mudança social como urgência histórica, como questão de sobrevivência e não mais apenas nos termos de uma sociedade superior pelo desenvolvimento humano e afetivo possibilitado.

Talvez se Eli e seus seguidores tivessem lido – e entendido – Marx de maneira honesta e sem dogmatismo, saindo da seita religiosa à qual se denomina “racionalismo”, entenderiam:


“Somente a classe trabalhadora pode emancipá-los do domínio do padre, converter a ciência de instrumento de dominação de classe em uma força popular, converter os próprios homens de ciências de alcoviteiros do preconceito de classe, parasitas estatais ávidos de cargos e aliados do capital em livres agentes do pensamento! A ciência só pode desempenhar seu papel genuíno na República do Trabalho” (Marx – Materiais preparatórios para “A Guerra Civil na França”).


Por fim, podem ele e outros acusarem Marx e seus estudiosos no que forem, mas muito embora o “barba” não fosse ‘chegado’ na classe burguesa e tenha denunciado enfaticamente os abusos cometidos pelos membros desta classe contra os trabalhadores, incluindo aí as crianças, que protagonizam narrativas revoltantes no volume 1 d'O Capital, ele jamais acreditou ou afirmou que o problema do sistema, como síntese das relações sociais, fosse a índole moral daqueles.

Bem ao contrário disso, Marx reiterou diversas vezes que a própria lógica da concorrência universal, intrínseca ao mundo das mercadorias e do capital, coagia (e coage) os capitalistas a adotarem as formas mais imundas de exploração da força de trabalho. E a revolução socialista tenha de se dar contra o interesse daquela classe decorre do fato de que o fundamento do mundo das mercadorias e do capital é a propriedade privada dos meios de produção, que garante aos capitalistas inúmeros privilégios aos quais eles sempre tentarão proteger.

A academia é hoje decadente e preponderantemente ignorante sobre teoria social marxiana. Para facilitar o entendimento, é factível, usam enfaticamente suas noções eclesiásticas da sociedade, como sacerdotes da exploração do ser humano, pois ademais que eles digam que a factualidade é relativa e depende do sentido, do ponto de vista adotado – por pura “neutralidade” e “ciência”.


2 comentários:

  1. Fulano disse, cicrano disse, é o disse me disse lá do Café Nice, isso aí, meu filho. E tu, o que me diz? Pensa com tua cabeça, também. Tu já foi pobre? Que que tu sabe então? A maioria dos pobres continua pobre por quer, essa que é a real. A maioria das pessoas é burra( será que a genética explica? Ah, não, né? Então é má vontade e preguiça mesmo) e não tá nem aí pra discurso nenhum, querem só comer beber dormir e fuder. Ninguém tá nem aí pra nada e pra ninguém, e a prova disso é a merda toda que tá acontecendo nesse país. Enquanto isso, vocês ficam se pegando e brigando por luz de holofote. O que tu fez por um pobre, além de fazer textão? Ah, pois é, né? Dá um livro do Marx pra ele.

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    1. Nunca ouvi tanta besteira e falta de conhecimento (eu acho que eu vou além e digo falta de realidade mesmo, provavelmente nunca viu uma favela, nunca ouviu um pobre na vida).

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