Desde
há uns quarenta anos, assiste-se a um agrupamento progressivo ‘dos médios’ (das
mídias) no seio de trusts
internacionais. Atualmente, 14 grupos
partilham entre si mais de dois terços da imprensa ocidental (21st Century Fox, Bertelsmann, CBS
Corporation, Comcast, Hearst Corporation, Lagardère Group, News Corp,
Organizações Globo, Sony, Televisa, The Walt Disney Company, Time Warner,
Viacom, Vivendi).
Agora, a aliança operada pelo Google Media Lab e a First
Draft tece laços entre estes grupos que detinham já uma posição dominante.
A presença nesta Entente das três principais agências de imprensa do planeta (Associated Press, Agence France-Presse,
Reuters) Assegura-lhe uma influência hegemônica. Trata-se sem nenhuma dúvida
de uma entente ilícita estabelecida com um objetivo de fixação das mentes e imposição
de um pensamento já dominante.
A estratégia
da gradualidade, tal como faz a
mídia, colocando aos poucos “coisas inaceitáveis” de forma a fazer com que a
população aceite de “bom grado” como algo satisfatório. A mídia expõe o seu
modelo de sociedade e as pessoas sem consciência de si seguem o seu papel,
alienados pelo protótipo feito como manequim.
Os
veículos de mídia como a Rede Globo (e suas derivadas) forma uma multidão de
patetas assalariados com narizes de palhaços vestidos de verde e amarelo se
achando “dazelite” enquanto
usa a corrupção de um único partido para cortina de fumaça para votar em
corruptos de outros partidos e apoiando um presidente picareta e sua trupe
entreguista e sabotadora. Cinco das seis televisões internacionais que
participaram na célula de propaganda da OTAN (Al-Jazeera, BBC, CNN, France24, Sky, mas aparentemente não a Al-Arabiya).
Aceitar
a ideia do “Quarto Poder” (ou o poder da mídia como implementadora de ideias)
implica que se assimile a mesma legitimidade aos 14 trusts, os quais controlam a grande maioria das mídias ocidentais.
O que se pode afirmar a substituição da democracia representativa burguesa por
uma oligarquia déspota.
A “Marcha da Família com Deus pela
Liberdade” em 64 mostrou, por
exemplo, como o brasileiro médio é moldável, alienado, analfabeto histórico e
apolítico. Temiam um golpe comunista que nunca existiu, nem em 64 e muito menos
hoje. É o baixo intelecto seguido de um daltonismo social com alta influência
religiosa.
Essa alienação
midiática permite ou impõe que a sociedade pare, escute, absorva e aja como
marionetes em meio a tanta informação distorcida e muitas vezes inúteis –
especialmente para uma massa que vive numa bolha ideológica.
Lembro-me recentemente
um livro lido de Noam Chomsky intitulado Mídia:
propaganda política e manipulação, onde ele diz que “a propaganda está para a
democracia assim como o cassetete está para a ditadura”. E de fato a analogia é perfeita. A
democracia representativa só se sustenta através de um canhão de informações
distorcidas, espetacularização da tragédia e do sofrimento alheio.
E nada mais justo com o
passar do tempo o brasileiro alimentar um ódio de classe idiota. Um puro
analfabetismo político mascarado em meio às “soluções imediatas”. Digo isto,
pois Walter Lippman, em seu livro Public Opinion (1922), diz “os fatos mais importantes da vida
política só podem ser compreendidos por uma classe de executivos ou uma elite
especializada”, porque “é
preciso afastar as manadas ignorantes dos assuntos de interesse público e
privado”.
O Brasil possui hoje um
sistema que pode ser chamado de “capitalismo selvagem”: está entre
os dez maiores PIBs mundiais, mas a desigualdade social é gritante (como em
quase toda a América Latina). Os programas de televisão buscam audiência e,
para isso, a programação precisa ser de um baixo nível intelectual para
acompanhar a grande massa e gerar lucros. O próprio Lippman neste mesmo
livro propôs ao monopólio do poder midiático “fabricar
um consenso” para
tranquilizar o rebanho para não se rebelarem quando tomarem consciência de si e
da verdadeira
realidade concreta.
Cabe a nós, portanto,
sair dessa manada e, também, buscar meios de não
cairmos em jogatinas, pois a mídia sabe muito mais de nós do que sabemos dela.
O senso comum é um falso consenso criado, empurrado goela
abaixo. Noam Chomsky chama atenção em que “todo
discurso (midiática e religiosamente) é feito para fazer o indivíduo acreditar
que ele mesmo é a única causa do seu próprio insucesso e da própria desgraça.
Que o problema é individual e não tem nada a ver com o social”.
O indivíduo vivendo nas
mazelas da vida – ou no conforto de sua bolha que está prestes a estourar –
vê-se em duas circunstâncias imbricadas entre si: subestima-se e se
desvaloriza, apoiando-se em quaisquer falsas promessas porque a “culpa” é do
ser pelo seu desemprego, pela falta de estudos e não do sistema, e; absorve
cegamente a intencionalidade das ideias dominantes e caindo no autoflagelamento
que o joga num verdadeiro “vale de lágrimas” num imediatismo tacanho desprovido
de qualquer autocrítica – os ditos reacionários.
Em suma, opinião pública não existe. O que existe é opinião publicada. As galinhas
só podem expulsar as raposas do galinheiro quando estão unidas e dispostas o
suficiente para fazê-lo.
mas diz o "moralista" que é "pensante" tsc tsc... |