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sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

A crise incontornável do capital

Depois de mais alguns meses parado, retomo as postagens do blog! Dessa vez o assunto é economia política. Um breve texto, cujo qual, tem base através de um texto do meu amigo Diogo Zarzar em seu blog (Conhecimento Econômico):  Uma crise econômica sem fim?.

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O sistema do capital parece não aguentar-se por muito tempo. Não para menos os imperativos dele tornaram-se evidentes à sua incontrolabilidade e autoexpansão. Economistas vulgares do mainstream bem que tentam, entretanto, é inegável que a “gestão da crise” é o que lhes restam.

Os países sul-americanos estão todos em crise ou contendo gastos, impulsionados pelo rentismo, principalmente os mais importantes da região (Brasil e Argentina). A Venezuela, na época da alta de commodities, a grande vedete da América do Sul, hoje vive dias de tristeza e boicote econômico. Austeridade fiscal, inflação, brigas políticas, tink tanks liberais, etc. tomam conta do nosso cenário.

Espanha, Grécia, Irlanda, Portugal, Itália e afins não conseguem se recuperar da hecatombe fiscal de 2011. O leste asiático tem seus altos e baixos entre países como a China cuja cresce exponencialmente no mundo e a Índia (este segundo com uma desigualdade gritante); os periféricos da região estão em crises ou até mesmo com conflitos internos gravíssimos, como é o caso de Myanmar, Bangladesh, Iêmen (cujo há mais de 7 milhões de pessoas de famintos etc. A ONU alerta que vivemos a pior crise humanitária em 70 anos.

Nos anos 70, a crise dos emergentes e pobres decorria da alta do petróleo. Nos anos 80, da escalada da dívida pública via juros altos do FED e também do segundo choque do petróleo. Nos anos 90, sucateamento dos serviços públicos, diminuição de gastos públicos, demanda raquítica, desemprego absurdo, etc. com a desculpa neoliberal de ser “escolha racional” pela redução do Estado e despolitização dos setores produtivos e dos serviços essenciais.

Nos anos 2000 houve um inflacionamento das commodities devido ao crédito sub-prime dos EUA, aliado com a máquina belicista para financiar a “Guerra ao Terror” e o crescimento com apetite voraz da China, depois de ser reconhecida como “economia de mercado” pela OMC em 2001.

Agora, após o “crash” dos EUA de 2008/2009, houve a crise fiscal de vários países (inclusive da zona do euro) em 2011 e uma redução dos preços de commodities, além de valorização do dólar em relação a todas as outras moedas nacionais (sobretudo dos emergentes).

O Brasil, como outros vários outros, apostaram na abertura de mercado desenfreada (uma ideologia importada dos corredores de Chicago) com câmbio sobre apreciado e na destruição criativa de Schumpeter nos anos 90, mas não deu resultados expressivos.

Lembremos que há um imenso debate entre os sociais democratas intervencionistas sobre os termos “social desenvolvimentista” e “novo desenvolvimentista”. Os intervencionistas críticos – mas nem tanto – do governo Dilma falam que o governo da mesma seguiu o social desenvolvimentismo, ou “keynesianismo vulgar”, seguido do início do segundo mandato com um recuo neoliberal totalmente suicida com a austeridade fiscal. Bem apelidada de “austericídio”.

O governo Temer chegou com um verdadeiro “agendão” neoliberal bem daquela do final dos anos 90. Aprovaram a PEC 55 com maioria nas duas casas do legislativo; reformaram o ensino médio; colocaram o déficit nas contas do governo lá em cima para conseguir credibilidade do mercado; um privatista está na direção da Petrobras que agilizou venda de ativos da Petrobras (Petroquimica Suape, por exemplo); e a entrega do pré-sal aos especuladores estrangeiro, etc.

Não há, porém, dinheiro jorrando no mercado. Os Estados, por sua vez, por mais que setores reformistas insistam em dizer o contrário, tornaram-se reféns do financismo mundial. Não há perspectivas de soluções que não se passe pela ruptura total e radical desse financismo/rentismo. O Estado de Bem-Estar social, ao meu ver, está se exaurindo (link para artigo em pt.br), visto que o imperialismo e a intrínseca extração da mais-valia é necessário para sua manutenção (só pensarmos na expansão dos mercados dos países do norte europeu).

Apesar de toda incerteza e o completo fiasco da cartilha ideológica neoliberal e imperialista mundo a fora à custo gigantesco (seja humanitária ou seja ecologicamente), uma coisa é certa: o reformismo esgotou suas potencialidades; e, portanto, repensar por completo o modelo de produção torna-se urgente. Esse modelo tem nome – o socialismo – como forma de superação das contradições internas ao capitalismo e da barbárie.


Pode anotar, seu otaku fedido!

3 comentários:

  1. Que bom que voltou cara! Excelente texto. Vejo muitas pessoas alegando que no segundo mandato, Dilma assumiu uma postura menos liberal, mas no seu texto cê diz o contrário. Poderia dar uma explanada nessa parte?

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    1. Opa, é fácil essa. Só ver o Ministro Joaquim Levy - o monetarista do FMI. O programa de austeridade fiscal, bem como as políticas de isenções de impostos em empresas para "estimular" empregabilidade (obviamente fracassadas).

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