Depois de mais alguns meses parado, retomo as postagens do blog! Dessa vez o assunto é economia política. Um breve texto, cujo qual, tem base através de um texto do meu amigo Diogo Zarzar em seu blog (Conhecimento Econômico): “Uma crise econômica sem fim?”.
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O
sistema do capital parece não aguentar-se por muito tempo. Não para menos os
imperativos dele tornaram-se evidentes à sua incontrolabilidade e
autoexpansão. Economistas vulgares do mainstream
bem que tentam, entretanto, é inegável que a “gestão da crise” é o que lhes
restam.
Os
países sul-americanos estão todos em crise ou contendo gastos, impulsionados pelo rentismo, principalmente os mais importantes da região (Brasil e Argentina). A Venezuela,
na época da alta de commodities, a
grande vedete da América do Sul, hoje vive dias de tristeza e boicote
econômico. Austeridade fiscal, inflação, brigas políticas, tink tanks liberais,
etc. tomam conta do nosso cenário.
Espanha,
Grécia, Irlanda, Portugal, Itália e afins não conseguem se recuperar da
hecatombe fiscal de 2011. O leste asiático tem seus altos e baixos entre
países como a China cuja
cresce exponencialmente no mundo e a Índia (este segundo com uma
desigualdade gritante); os periféricos da região estão em crises ou até mesmo
com conflitos internos gravíssimos, como é o caso de Myanmar, Bangladesh, Iêmen (cujo há mais de 7 milhões de pessoas de famintos etc. A
ONU alerta que vivemos a pior crise humanitária em 70 anos.
Nos
anos 70, a crise dos emergentes e pobres decorria da alta do petróleo. Nos anos
80, da escalada da dívida pública via juros altos do FED e também do segundo
choque do petróleo. Nos anos 90, sucateamento dos serviços públicos, diminuição
de gastos públicos, demanda raquítica, desemprego absurdo, etc. com a desculpa
neoliberal de ser “escolha racional” pela redução do Estado e despolitização
dos setores produtivos e dos serviços essenciais.
Nos
anos 2000 houve um inflacionamento das commodities devido ao crédito
sub-prime dos EUA, aliado com a máquina belicista para financiar a “Guerra
ao Terror” e o crescimento com apetite voraz da China, depois de ser
reconhecida como “economia de mercado” pela OMC em 2001.
Agora,
após o “crash” dos EUA de 2008/2009, houve a crise fiscal de vários países
(inclusive da zona do euro) em 2011 e uma redução dos preços de commodities,
além de valorização do dólar em relação a todas as outras moedas nacionais
(sobretudo dos emergentes).
O
Brasil, como outros vários outros, apostaram na abertura de mercado desenfreada (uma ideologia importada dos
corredores de Chicago) com câmbio sobre apreciado e na destruição criativa
de Schumpeter nos anos 90, mas não deu resultados expressivos.
Lembremos
que há um imenso
debate entre os sociais democratas intervencionistas sobre os termos
“social desenvolvimentista” e “novo desenvolvimentista”. Os intervencionistas
críticos – mas nem tanto – do governo Dilma falam que o governo da mesma
seguiu o social desenvolvimentismo, ou “keynesianismo vulgar”, seguido do
início do segundo mandato com um recuo neoliberal totalmente suicida com a
austeridade fiscal. Bem apelidada de “austericídio”.
O governo
Temer chegou com um verdadeiro “agendão” neoliberal bem daquela do final dos
anos 90. Aprovaram a PEC 55 com maioria nas duas casas do legislativo;
reformaram o ensino médio; colocaram o déficit nas contas do governo lá em cima
para conseguir credibilidade do mercado; um privatista está na direção da
Petrobras que agilizou venda
de ativos da Petrobras (Petroquimica Suape, por exemplo); e a entrega
do pré-sal aos especuladores estrangeiro, etc.
Não há, porém, dinheiro jorrando no mercado. Os Estados, por sua vez, por mais que setores reformistas insistam em dizer o contrário, tornaram-se reféns do financismo mundial. Não há perspectivas de soluções que não se passe pela ruptura total e radical desse financismo/rentismo. O Estado de Bem-Estar social, ao meu ver, está se exaurindo (link para artigo em pt.br), visto que o imperialismo e a intrínseca extração da mais-valia é necessário para sua manutenção (só pensarmos na expansão dos mercados dos países do norte europeu).
Apesar
de toda incerteza e o completo fiasco da cartilha ideológica neoliberal e imperialista mundo
a fora à custo gigantesco (seja humanitária ou seja ecologicamente), uma coisa é certa: o
reformismo esgotou suas potencialidades; e, portanto, repensar por
completo o modelo de produção torna-se urgente. Esse modelo tem nome – o
socialismo – como forma de superação das contradições internas ao capitalismo e
da barbárie.
Pode anotar, seu otaku fedido! |
Que bom que voltou cara! Excelente texto. Vejo muitas pessoas alegando que no segundo mandato, Dilma assumiu uma postura menos liberal, mas no seu texto cê diz o contrário. Poderia dar uma explanada nessa parte?
ResponderExcluirOpa, é fácil essa. Só ver o Ministro Joaquim Levy - o monetarista do FMI. O programa de austeridade fiscal, bem como as políticas de isenções de impostos em empresas para "estimular" empregabilidade (obviamente fracassadas).
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