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domingo, 3 de julho de 2016

A "esquerda-liberal"

Lênin está de olho em você!


O que escreverei aqui não é nada muito “trabalhado”. O que escreverei aqui é só uma pequena nota pessoal para o pessoal da ‘esquerda good vibes’. É somente uma breve opinião sobre o que eles pregam em “liberdade individual”.

Esse discurso é tão infantil que os pobres de intelectualidade mal sabem que o capitalismo é o reino da individualidade. É tão individual que tomam para si e para outros que “o ser humano é egoísta por natureza”. Tentam a todo modo pregar ‘livre-concorrência’, a tão linda ‘meritocracia’, e assim por diante.

Vamos pensar um pouco: como podemos pregar “liberdade individual” para quem sequer sabe o que é ser ‘livre’? Para quem acorda cedo, tem de trabalhar para ganhar pouco para manter o sustento da família, porque sem isso todos morrem de fome? Isso não é ser ‘livre’.

Como pregar “liberdade individual” para quem mora numa favela sem saneamento básico, sem escola, sem saúde, ou seja, sem o mínimo para a dignidade humana? A “escolha” é dele somente por eventualmente ele cair no mundo das drogas e do crime? Pois é...

O engraçado é que essa mesma esquerda” se queixa de “falta de liberdade” no capitalismo. Mas, fica a pergunta: isso é só uma obviedade ou apenas um atestado de ignorância?

A ‘new-left’ parece-me ter horror da História, parece ter medo de um progresso coletivo, pois, em seu idealismo ronda uma sociedade na qual é como um livrinho de receitas para serem colocadas num forno e com alguns minutos já está pronta para ‘materializar-se’.

Como disse meu amigo HG Erik: “É notável que, nos círculos da suposta esquerda “não-marxista”, as posições, por mais sofisticadas que se apresentem, não apontam para nenhuma superação realista (ou mesmo fantasiosa) da situação humana atual, em livre e acelerado processo de degradação completa e universal. Tudo se resume a críticas pontuais e, ainda que justas, surgem isoladas de uma compreensão e pretensão de totalidade. Ao contrário, trata-se de negar a possibilidade de tal compreensão e de tal pretensão. Com isso, não apontam para além de um reformismo com fins a perfumar o esgoto no qual afogam-se todos.”

Exatamente por conta disso, é fácil perceber que essa “esquerda” não-marxista reproduz todos os vícios da subjetividade estranhada e alienada que supostamente visa criticar – até porque só o faz teoricamente, mas não na prática. É como uma espécie de entretenimento acadêmico que não corresponde e nem visa corresponder à vida individual do próprio “esquerdista”, ou seja, é a crítica reduzida a um reles exercício de oratória – no que alguns se esmeram a ponto de enganar muita gente de boa-fé. ¹

Ainda vou além: os “reformistas” (lê-se Sociais-Democratas) têm, dentro de si, um desejo da chamada “conciliação de classes”. É um desejo tão ingênuo quanto quem denota não entender nada de geopolítica ou do quadro atual socioeconômico. A Social-Democracia foi um reformismo barato donde o seu fim já chegou. Portanto, as crises cíclicas do capitalismo “liberal” que já morreu, ‘floresce’ no espectro da esquerda como um viés neoliberal da direita despolitizada e cega da realidade material.


Conciliação de classes? Não se negocia com a burguesia, é preciso enfrentá-la, partir para ofensiva. Os trabalhadores precisam se reorganizar e criar um projeto revolucionário como alternativa possível e necessária à solução de seus problemas. A luta será árdua e levará tempo, mas não há outro caminho. E o "reformismo", mais uma vez, mostra seus limites e contradições. A revolução, portanto, é uma necessidade. Não devemos nutrir ilusões acerca da sociedade burguesa e de suas instituições. É o socialismo ou fim da humanidade que se apresenta no horizonte.


É justamente nessa “politica apolítica” que os ideólogos de botequim e de Facebook “idealizam” suas fantasias nutrindo suas esperanças bestas e alimentando os lunáticos e despidos de inteligência dos “liberais” – tudo por conta de uma militância (“militância”?) incapaz de fazer uma análise mais contundente e menos ‘romantizada’:


“Não há nada mais individualista que o lema "meu corpo, minhas regras". Se você é gay, hétero, trans, cis, não-binário, branco, negro, índio... não importa. Você deve ser o único dono do seu corpo, da sua propriedade, das suas decisões.

Por isso, não pense que a defesa de grupos minoritários é um monopólio da esquerda tradicional: ser liberal é defender minorias também, através do respeito a cada indivíduo como juiz de sua própria vida.


Além disso, a esquerda tradicional é estatista. São considerados defensores de minorias simplesmente pelo fato de monopolizarem as pautas de políticas públicas direcionadas. Só que afirmar a coerção do Estado termina por negar liberdade às pessoas”.


Olha como é bom ser "liberal" para fazer de pautas socais uma "mercadoria".


Post original: Partido "Social-Liberal".


A ‘militância esquerdista’ irracional não alimenta apenas sua cegueira ideológica, mas principalmente, o senso comum da “liberdade individual” com discurso caricato de quem adora servir de muletas para os ‘liberais’ fantasiosos.


A “esquerda” que tem medo da revolução:


Certas ditas esquerdas têm pavor da revolução. Por que será? Ah, “não se faz revolução com luvas de seda”. (Calma lá, eu transcrevendo frase de Stalin; opa, logo, sou “stalinista” ou “ortodoxo”, né?)

Brincadeira à parte. Fato é que “a revolução é o motor da história”, é somente nela que uma nova ordem possa ser instaurada, é só nela, que, podemos ter a real condição de mudanças, sem devaneios, mas com sangue, com a práxis, com a consciência COLETIVA, com um trabalho operário com o povo. COM O POVO!

Mais uma vez, o HG Erik “bate na cara”: ‘No teorismo sub-vulgar dessas esquerdas – em que coabitam os retalhos ideológicos mais inconsistentes o possível de serem concebidos (em separado, donde só mesmo seus geniais ideólogos podem costurá-los) -, há a concepção fundamentalíssima de um “etapismo” utópico que seria necessário para a revolução, sem o qual qualquer agitação das massas só pode ser desqualificada como uma espécie de “invasão bárbara” das ruas por hordas de usuários de pijamas.’

Mas se a democracia atual não permite ou favorece nem uma coisa nem outra – ao contrário, tudo indica que nela temos a atrofia de ambas -, então é preciso “fortalecer” e, é claro, “aperfeiçoar” a democracia, antes de tudo. Democracia nossa que prevê em constituição a ‘liberdade individual’. OK?

Ficam, assim, nessa etapa inicial para sempre. Chamam essa vergonhosa realpolitik de “realismo”. Deixam a revolução para o eterno futuro, ou seja, tornam o que era um meio para se chegar a ela o seu fim último.

Entretanto, se as ruas insistem em negar que a revolução seja uma utopia e são tomadas por multidões perdidas em ignorância e desespero, tais esquerdas se lançam à tarefa suicida de menosprezá-las, reprová-las e contê-las, considerando-as como massa acéfala de manobra dos dominantes ou firmes batalhões de uma contra-revolução sem revolução. ²

Quando essa “esquerda good vibes” cogitam a revolução, cogitam que possa haver uma ‘revolução planejada’. Só aí já vemos o quão defensores da liberdade individual’ são. Não têm a mínima audácia ou astúcia de camuflar seu péssimo conhecimento da práxis. Achando que o povo (esse sim, que “não tem nada a perder além de seus grilhões”) terão a “consciência de classe” vindo dos Céus do Socialismo Utópico.

Afinal, toda revolução é impossível até que se torne inevitável!

Já essa “esquerda liberal”, espero que saiam do idealismo platônico que o cerca, que tome partido, que não abrace essa ‘liberdade individual’ do egocentrismo e moldemos, juntos, uma coletividade no qual somente ela pode fazer alguma mudança.



“Uma andorinha só não faz verão”





Colaboração em leitura prévia: Amanda Soares.

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