Lênin está de olho em você! |
O que escreverei aqui não é nada muito “trabalhado”. O que
escreverei aqui é só uma pequena nota pessoal para o pessoal da ‘esquerda good vibes’. É somente uma
breve opinião sobre o que eles pregam em “liberdade individual”.
Esse discurso é tão infantil que os pobres de
intelectualidade mal sabem que o capitalismo é o reino da individualidade. É
tão individual que tomam para si e para outros que “o ser humano é egoísta por
natureza”. Tentam a todo modo pregar ‘livre-concorrência’, a tão linda
‘meritocracia’, e assim por diante.
Vamos pensar um pouco: como podemos pregar “liberdade
individual” para quem sequer sabe o que é ser ‘livre’? Para quem acorda cedo,
tem de trabalhar para ganhar pouco para manter o sustento da família, porque
sem isso todos morrem de fome? Isso não é ser ‘livre’.
Como pregar “liberdade individual” para quem mora numa
favela sem saneamento básico, sem escola, sem saúde, ou seja, sem o mínimo para
a dignidade humana? A “escolha” é dele somente por eventualmente ele cair no
mundo das drogas e do crime? Pois é...
O engraçado é que essa mesma “esquerda” se queixa de “falta
de liberdade” no capitalismo. Mas, fica a pergunta: isso é só uma obviedade ou
apenas um atestado de ignorância?
A ‘new-left’ parece-me ter horror da História, parece ter
medo de um progresso coletivo, pois, em seu
idealismo ronda uma sociedade na qual é como um livrinho de receitas para
serem colocadas num forno e com alguns minutos já está pronta para
‘materializar-se’.
Como disse meu amigo HG Erik: “É notável que, nos círculos
da suposta esquerda “não-marxista”, as posições, por mais sofisticadas que se
apresentem, não apontam para nenhuma superação realista (ou mesmo fantasiosa)
da situação humana atual, em livre e acelerado processo de degradação completa
e universal. Tudo se resume a críticas pontuais e, ainda que justas, surgem
isoladas de uma compreensão e pretensão de totalidade. Ao contrário, trata-se
de negar a possibilidade de tal compreensão e de tal pretensão. Com isso, não
apontam para além de um reformismo com fins a perfumar o esgoto no qual
afogam-se todos.”
Exatamente por conta disso, é fácil perceber que essa
“esquerda” não-marxista reproduz todos os vícios da subjetividade estranhada e
alienada que supostamente visa criticar – até porque só o faz teoricamente, mas
não na prática. É como uma espécie de entretenimento acadêmico que não
corresponde e nem visa corresponder à vida individual do próprio “esquerdista”,
ou seja, é a crítica reduzida a um reles exercício de oratória – no que alguns
se esmeram a ponto de enganar muita gente de boa-fé. ¹
Ainda vou além: os “reformistas” (lê-se Sociais-Democratas)
têm, dentro de si, um desejo da chamada “conciliação de classes”. É
um desejo tão ingênuo quanto quem denota não entender nada de geopolítica ou do
quadro atual socioeconômico. A Social-Democracia foi um reformismo barato donde
o seu fim já chegou. Portanto, as crises cíclicas do capitalismo “liberal” que
já morreu, ‘floresce’ no espectro da esquerda como um viés neoliberal da
direita despolitizada e cega da realidade material.
Conciliação de classes? Não se negocia com a burguesia, é preciso
enfrentá-la, partir para ofensiva. Os trabalhadores precisam se reorganizar e
criar um projeto revolucionário como alternativa possível e necessária à
solução de seus problemas. A luta será árdua e levará tempo, mas não há outro
caminho. E o "reformismo", mais uma vez, mostra seus limites e
contradições. A revolução, portanto, é uma necessidade. Não devemos nutrir
ilusões acerca da sociedade burguesa e de suas instituições. É o socialismo ou
fim da humanidade que se apresenta no horizonte.
É justamente nessa “politica apolítica” que os ideólogos de
botequim e de Facebook “idealizam” suas fantasias nutrindo suas esperanças
bestas e alimentando os lunáticos e despidos de inteligência dos “liberais” –
tudo por conta de uma militância (“militância”?) incapaz de fazer uma análise
mais contundente e menos ‘romantizada’:
“Não há nada mais
individualista que o lema "meu corpo, minhas regras". Se você é gay,
hétero, trans, cis, não-binário, branco, negro, índio... não importa. Você
deve ser o único dono do seu corpo, da sua propriedade, das suas decisões.
Por isso, não pense
que a defesa de grupos minoritários é um monopólio da esquerda tradicional: ser
liberal é defender minorias também, através do respeito a cada indivíduo como
juiz de sua própria vida.
Além disso, a
esquerda tradicional é estatista. São considerados defensores de minorias
simplesmente pelo fato de monopolizarem as pautas de políticas públicas
direcionadas. Só que afirmar a coerção do Estado termina por negar liberdade às
pessoas”.
Olha como é bom ser "liberal" para fazer de pautas socais uma "mercadoria". |
Post original: Partido "Social-Liberal".
A ‘militância esquerdista’ irracional não alimenta apenas
sua cegueira ideológica, mas principalmente, o senso comum da “liberdade
individual” com discurso caricato de quem adora servir de muletas para os
‘liberais’ fantasiosos.
A “esquerda” que tem
medo da revolução:
Certas ditas esquerdas têm pavor da revolução. Por que será? Ah, “não se faz revolução
com luvas de seda”. (Calma lá, eu transcrevendo frase de Stalin; opa, logo, sou
“stalinista” ou “ortodoxo”, né?)
Brincadeira à parte. Fato é que “a revolução é o motor da
história”, é somente nela que uma nova ordem possa ser instaurada, é só nela,
que, podemos ter a real condição de mudanças, sem devaneios, mas com sangue,
com a práxis, com a consciência COLETIVA, com um trabalho operário com o povo.
COM O POVO!
Mais uma vez, o HG Erik “bate na cara”: ‘No teorismo
sub-vulgar dessas esquerdas – em que coabitam os retalhos ideológicos mais
inconsistentes o possível de serem concebidos (em separado, donde só mesmo seus
geniais ideólogos podem costurá-los) -, há a concepção fundamentalíssima de um
“etapismo” utópico que seria necessário para a revolução, sem o qual qualquer
agitação das massas só pode ser desqualificada como uma espécie de “invasão
bárbara” das ruas por hordas de usuários de pijamas.’
Mas se a democracia atual não permite ou favorece nem uma
coisa nem outra – ao contrário, tudo indica que nela temos a atrofia de ambas
-, então é preciso “fortalecer” e, é claro, “aperfeiçoar” a democracia, antes
de tudo. Democracia nossa que prevê em constituição a ‘liberdade individual’.
OK?
Ficam, assim, nessa etapa inicial para sempre. Chamam essa
vergonhosa realpolitik de “realismo”. Deixam a revolução para o eterno futuro,
ou seja, tornam o que era um meio para se chegar a ela o seu fim último.
Entretanto, se as ruas insistem em negar que a revolução seja uma utopia e são
tomadas por multidões perdidas em ignorância e desespero, tais esquerdas se
lançam à tarefa suicida de menosprezá-las, reprová-las e contê-las,
considerando-as como massa acéfala de manobra dos dominantes ou firmes
batalhões de uma contra-revolução sem revolução. ²
Quando essa “esquerda good vibes” cogitam a revolução,
cogitam que possa haver uma ‘revolução planejada’. Só aí já vemos o quão
defensores da ‘liberdade individual’ são. Não têm a mínima audácia ou astúcia
de camuflar seu péssimo conhecimento da práxis. Achando que o povo (esse
sim, que “não tem nada a perder além de seus grilhões”) terão a “consciência de
classe” vindo dos Céus do Socialismo Utópico.
Afinal, toda revolução é impossível até que se torne inevitável!
Já essa “esquerda liberal”, espero que saiam do idealismo
platônico que o cerca, que tome partido, que não abrace essa ‘liberdade
individual’ do egocentrismo e moldemos, juntos, uma coletividade no qual somente
ela pode fazer alguma mudança.
“Uma andorinha só não
faz verão”
Colaboração em leitura prévia: Amanda Soares.
Ótimo texto! Parabéns!
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