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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Alienação e manipulação política por meio da mídia

Desde há uns quarenta anos, assiste-se a um agrupamento progressivo ‘dos médios’ (das mídias) no seio de trusts internacionais. Atualmente, 14 grupos partilham entre si mais de dois terços da imprensa ocidental (21st Century Fox, Bertelsmann, CBS Corporation, Comcast, Hearst Corporation, Lagardère Group, News Corp, Organizações Globo, Sony, Televisa, The Walt Disney Company, Time Warner, Viacom, Vivendi). 

Agora, a aliança operada pelo Google Media Lab e a First Draft tece laços entre estes grupos que detinham já uma posição dominante. A presença nesta Entente das três principais agências de imprensa do planeta (Associated Press, Agence France-Presse, Reuters) Assegura-lhe uma influência hegemônica. Trata-se sem nenhuma dúvida de uma entente ilícita estabelecida com um objetivo de fixação das mentes e imposição de um pensamento já dominante.

A estratégia da gradualidade, tal como faz a mídia, colocando aos poucos “coisas inaceitáveis” de forma a fazer com que a população aceite de “bom grado” como algo satisfatório. A mídia expõe o seu modelo de sociedade e as pessoas sem consciência de si seguem o seu papel, alienados pelo protótipo feito como manequim.

Os veículos de mídia como a Rede Globo (e suas derivadas) forma uma multidão de patetas assalariados com narizes de palhaços vestidos de verde e amarelo se achando “dazelite” enquanto usa a corrupção de um único partido para cortina de fumaça para votar em corruptos de outros partidos e apoiando um presidente picareta e sua trupe entreguista e sabotadora. Cinco das seis televisões internacionais que participaram na célula de propaganda da OTAN (Al-Jazeera, BBC, CNN, France24, Sky, mas aparentemente não a Al-Arabiya).

Aceitar a ideia do “Quarto Poder” (ou o poder da mídia como implementadora de ideias) implica que se assimile a mesma legitimidade aos 14 trusts, os quais controlam a grande maioria das mídias ocidentais. O que se pode afirmar a substituição da democracia representativa burguesa por uma oligarquia déspota.

A “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” em 64 mostrou, por exemplo, como o brasileiro médio é moldável, alienado, analfabeto histórico e apolítico. Temiam um golpe comunista que nunca existiu, nem em 64 e muito menos hoje. É o baixo intelecto seguido de um daltonismo social com alta influência religiosa.

Essa alienação midiática permite ou impõe que a sociedade pare, escute, absorva e aja como marionetes em meio a tanta informação distorcida e muitas vezes inúteis – especialmente para uma massa que vive numa bolha ideológica.

Lembro-me recentemente um livro lido de Noam Chomsky intitulado Mídia: propaganda política e manipulação, onde ele diz que “a propaganda está para a democracia assim como o cassetete está para a ditadura”. E de fato a analogia é perfeita. A democracia representativa só se sustenta através de um canhão de informações distorcidas, espetacularização da tragédia e do sofrimento alheio.

E nada mais justo com o passar do tempo o brasileiro alimentar um ódio de classe idiota. Um puro analfabetismo político mascarado em meio às “soluções imediatas”. Digo isto, pois Walter Lippman, em seu livro Public Opinion (1922), diz “os fatos mais importantes da vida política só podem ser compreendidos por uma classe de executivos ou uma elite especializada”, porque “é preciso afastar as manadas ignorantes dos assuntos de interesse público e privado”.

O Brasil possui hoje um sistema que pode ser chamado de “capitalismo selvagem”: está entre os dez maiores PIBs mundiais, mas a desigualdade social é gritante (como em quase toda a América Latina). Os programas de televisão buscam audiência e, para isso, a programação precisa ser de um baixo nível intelectual para acompanhar a grande massa e gerar lucros. O próprio Lippman neste mesmo livro propôs ao monopólio do poder midiático “fabricar um consenso” para tranquilizar o rebanho para não se rebelarem quando tomarem consciência de si e da verdadeira realidade concreta.

Cabe a nós, portanto, sair dessa manada e, também, buscar meios de não cairmos em jogatinas, pois a mídia sabe muito mais de nós do que sabemos dela. O senso comum é um falso consenso criado, empurrado goela abaixo. Noam Chomsky chama atenção em que “todo discurso (midiática e religiosamente) é feito para fazer o indivíduo acreditar que ele mesmo é a única causa do seu próprio insucesso e da própria desgraça. Que o problema é individual e não tem nada a ver com o social”.

O indivíduo vivendo nas mazelas da vida – ou no conforto de sua bolha que está prestes a estourar – vê-se em duas circunstâncias imbricadas entre si: subestima-se e se desvaloriza, apoiando-se em quaisquer falsas promessas porque a “culpa” é do ser pelo seu desemprego, pela falta de estudos e não do sistema, e; absorve cegamente a intencionalidade das ideias dominantes e caindo no autoflagelamento que o joga num verdadeiro “vale de lágrimas” num imediatismo tacanho desprovido de qualquer autocrítica – os ditos reacionários.

Em suma, opinião pública não existe. O que existe é opinião publicada. As galinhas só podem expulsar as raposas do galinheiro quando estão unidas e dispostas o suficiente para fazê-lo.



mas diz o "moralista" que é "pensante" tsc tsc...

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

“Anarco-capitalismo”: a nova seita religiosa dos ideólogos virtuais


Vejo nos círculos dos “ateuzinhos” de Internet, especialmente quando se trata dos ateus liberais de direita, uma sapiente crítica ao “malvado” Estado, onde na mais alta “intransigência”, de aspirantes à ciência, sustentando e disseminando uma nova religião: o anarco-capitalismo. Como dizem os evangélicos, devemos amar o pecador, não o pecado.

Se a descrença em divindades pressupõe um ateísmo ou um agnosticismo (porque o ceticismo é o modo pelo qual se faz “ciência”), os devotos desta nova doutrina coabitam os círculos “científicos” – fora dele já não espero outra coisa além de estupidez e um crônico analfabetismo político.

Apesar de alguns desses discípulos serem “inteligentes”, “questionadores” e, mais além, “RACIONALISTAS”, a teoria não é coerente, nem sensata, bem construída, e muito menos racional. Mas por que?

Ora, porque esta mitologia não corrobora a realidade! Assim como a teologia cristã tenta explicar as origens das coisas por meio de um livro histórico, os devotos do ancap tentam “propor” uma regra-geral: IMPOSTO É ROUBO.

Anarquia com capitalismo é um antagonismo. É como defender água seca, luz escura, paz violenta. Explico: uma anarquia é um sistema onde não há governos. Não há leis a serem seguidas. Não há nem democracia, nem voto. É o sistema do “pode tudo” e seja o que Deus quiser (neste caso, o Deus-mercado). Aliás, nem mesmo o que “Deus quiser”, uma vez que a maioria dos anarquistas teóricos rejeitavam Deus e até Proudhon disse: “Deus é o mal”. Mas, ao que parece, para os ancap’s, Deus é o capitalismo e o imposto é o Satan!

Vejam bem: para haver capitalismo é necessariamente obrigatório o Estado para garantir a propriedade privada. Ou seja: é necessário que haja algum tipo de instituição, por menor que seja, que garanta esse consenso no local – ou, o contrato social, basicamente.

O Estado é fruto das relações de produção. É indiscutível isso. Nele que sistemas baseados na propriedade e no lucro se resguardam. “Mas os impostos alimentam a máquina estatal”. Assim como a mais-valia é negligenciada pelos “céticos-ideológicos-anárquico-capitalistas”.

Os “teóricos” dessa Santa-Ideologia mercantil suplicam arduamente que o “Estado tira do trabalhador” e por isso o ‘imposto é roubo’. É das mais risíveis argumentações e rigidez pelo qual eles vociferam por aí, porque dentro de seus gabinetes defecam seus idealismos para encaixotá-los na realidade.

E nossa realidade é dura para esses defensores da ciência que debocham dos cristãos. São faces da mesma moeda: de um lado um teorismo pedindo o porquê do imposto não ser roubo e do outro imploram para explicar “quem criou o mundo” ou “se o homem veio do macaco, por que até hoje macacos não viram homens?”. O ônus da prova é o recurso argumentativo de ambas religiosidades: você não explicou, logo estou certo. Assim é o pressuposto “rígido” dos ultra-questionadores das ciências sociais.

Vamos ‘materializar’ isso: anarquia é ausência de governos. Capitalismo é coerção. Portando, quando é “tudo liberado” o poder dos micro-governos atua, pois se quando um grupo detém o monopólio “legal”, outros serão obrigados a se submeterem. Espera! Isso não parece um “Estado”? Sim, não só parece, mas como de fato é um “Estado-Privado”. Capitalismo é coerção, repito.

Entendo que muitos jovens pensam que a tendência é “liberar geral” e onde cada um será “livre para sempre”. Entretanto, masturbar em praça pública olhando para mulheres desconhecidas não deveria ser tão liberado assim. Eu sei que muitos “céticos” já ligaram o “foda-se” porque o Estado não pode sair proibindo “todas as formas de amor”. Mas quando o vizinho estiver mantendo relações sexuais com crianças no meio da rua, essa proliferação de más ideias não irá parecer tão bonitinha quanto no slogan. Porque o Judiciário sequer existirá e, também, o contrato social é inexistente – por isso o Estado é inexorável na sociedade atual.

Mas estamos numa anarquia capitalista onde não há um governo para cuidar de sua retaguarda caso você queira bancar o herói contra a pedofilia. E se você conseguir salvá-las e ainda chegar com vida em sua propriedade? Sempre há o risco do pedófilo buscar justiça num desses tribunais privados que concordam com ele. Enfim, vencerá o mais forte desses microgovernos.

Outro exemplo concreto para os sacerdotes do “imposto é roubo” pensarem: imaginem o caso em que o dono de uma rua que cerca sua casa o proíba de transitar por ela (nesse mundo de algodão doce onde tudo é de alguém), isolando-o ao ponto de comprometer sua integridade física. Após isso surge o questionamento: “mas o que o imposto tem a ver com isso?”.

Respondo: o imposto é parte indissociável da organização social e do convívio entre todos. É parte desse contrato social. O imposto é para que esse todo possa, no mínimo possível, ter a liberdade de, ao menos, transitar às ruas, não ser assassinado porque impediu um pedófilo de molestar alguém ou evitar um estupro a uma mulher que passava numa rua “privada” e por aí vai...

O imposto não é roubo, porque roubo é uma coisa e imposto é outra. Essas falsas analogias de “um cara que te assalta e pega seu dinheiro é como o Estado que pega nosso dinheiro como impostos” é só um devaneio ideológico tupiniquim de quem ainda estoura espinhas na cara – e o pior: parece não viver em um mundo real, mas aquele fantástico mundo unicorniano da rebeldia dos ateuzinhos-céticos devotos de uma teologia que vai só até onde a mãe entra no quarto e manda arrumar a cama – ou dos adultos “inteligentes” frustrados pelas circunstâncias da vida, sabe-se lá o motivo.


vá com Deus!


Adendo: um leitor do blog, Euclécio Josias Rodrigues, fez um comentário acerca do texto que deixo aqui para complementá-lo:

“Poderia ter ido mais longe nas analogias, p. ex., explicar como seria difícil manter a ordem, as propriedades sem a máquina pública; demonstrar mais qual o papel do Estado na manutenção, regulação e fiscalização dos mercados; qualidade dos produtos; ordem social; segurança, etc. Uma analogia que poderia ser usada ali é “seres do mesmo bairro” (claro, em uma hipotética realidade em que o ancapismo aconteceu): estes seres resolvem instalar uma rua asfaltada e iluminada para melhorar o acesso, então os vizinhos vão combinar entre si um valor e pagar, porém, para ficar justo, eles criam um valor padrão para todos, isso já é uma forma de imposto. Em outras palavras: você pode argumentar que é algo que partiu da necessidade dos indivíduos os quais resolveram pagar. Ok, então imagina que algum resolve não pagar “não pode utilizar a rua”, poderiam dizer “mas aí, quem iria fiscalizar se ele está usando ou não?” e se ele usar quem iria punir? Os vizinhos se reuniriam e iam tomar alguma atitude... pronto, temos um novo tipo de organização social com impostos que, caso alguém não pague, ele será punido.

Você está percebendo alguma relação com a forma como o Estado funciona hoje? Se sim, não se preocupe, é para isto que o Estado surgiu: a diferença é que ele existe há anos e todos estes pormenores já foram solucionados, já foram pensados nas várias consequências, nas causas e efeitos, nas punições, nos julgamentos do que é justo e o que não é isso evoluiu e foi aprimorado tanto através de séculos que se tornou na sociedade que é hoje com organizações sociais divididas, basicamente, em 3 poderes: judiciário, executivo e legislativo. Claro, não é perfeito e ainda temos muito o que evoluir, muitas falhar e buracos a tampar, mas, sem uma organização social, voltaríamos para o início do neolítico.

No mais, gostei das críticas como falar na formação de um Estado-privado – e como este sistema tornaria uma espécie de ditadura de quem tem dinheiro pode falar também sobre como, sem uma organização forte reguladora e fiscalizadora poderíamos garantir a qualidade dos produtos; garantir a segurança de alimentos e equipamentos perigosos; é necessário a criação de órgãos reguladores: e como estes funcionariam de forma privada? Seria impossível porque se assim for, aqueles que tem dinheiro sempre vão garantir a “qualidade” do seu produto e até podem usar estes órgãos para dizer que os produtos dos concorrentes (mais pobres) não é seguro. A solução seria montar uma organização mais democrática, com participação de todos os envolvidos, fiscalização e etc. para tais funções é necessário funcionários; para pagar os funcionários e não dar vantagem pra ninguém, teria que ser cobrado uma taxa padronizada, e, olha só, cria se outro tipo de imposto e cria um serviço de regularização/fiscalização público.”


Adendo 2: outro leitor, dessa vez o Frederico Lambertucci, comentou:

“Você podia falar da questão da mais-valia Mehwert, camarada.O imposto é uma parte da mais-valia circulando em posse do Estado ou parte do Kapital vivo. No caso dos salários: o que constitui o lucro do capitalista? Em termos universais? É a conversão da Mais-valia em lucro. A parte destinada aos impostos é parte da mais-valia. Bem como aquela que vira juros, a parte dos salários que é paga em imposto. É a parte do trabalho vivo, ou Kapital vivo.

Logo, tudo o que circula em posse do Estado é o trabalho excedente e parte do trabalho necessário, ambos produzidos pelo trabalho que produz mais-valia, aquele chamado produtivo. Nesse sentido, a reclamação dos liberais é que os capitalistas não se apropriam de toda a mais-valia, mesmo que se apropriem de grande parte. Os Grandes capitalistas nunca irão reclamar de impostos. Isso porque a maior parte da carga tributária é reconvertida para eles via empréstimos, dívida pública e etc.

Só meia dúzia de liberalecos que acreditam em meia dúzia de capitalistas, que são na realidade os setores da pequena burguesia, que realmente sofrem com essa apropriação da mais-valia produzida por eles por outros setores que acha ruim a carga tributária.”

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Rock e conservadorismo: falha ideológica do fã mirim reacionário




É perceptível que o rock sempre foi um estilo musical “rebelde”, libertador e, mais além, falando sobre o que tinha vontade, saindo do senso comum e, portanto, não se importando com a reação das pessoas. Engajado em criticar dogmas religiosos, opressão das instituições estatais, valores morais contemporâneos e fundamentalistas.

Quando nasceu, o rock tinha esse instinto de ir contra aquilo que era conservador (manter o estado de coisas como é), ou seja, colocar às mostras aquilo que não era libertário. E, assim, não demorando para “demonizá-lo”, até mesmo usando a Bíblia.


“Sexo, drogas e rock n’ roll”


Não se sabe exatamente donde surgiu essa frase, mas é fato que se popularizou até virar lema do estilo musical de forma a resumir bem o estilo de vida dos próprios músicos e amantes. Era, inclusive, livrar-se de suas vidas enfadonhas em meio a um sistema coercitivo e careta.

Como o rock é música, arte, é também uma forma de se expressar. Portanto, é irrestrito o modo com que se coloca a escrever as músicas e suas mensagens. A liberdade de expressão é pressuposto básico e não apenas em si, mas à exterioridade, por ex.: ao criticar códigos morais e culturais sem base ética e/ou repressora.

Na verdade, chega a ser incoerente a autodenominação de “roqueiro” e levar uma vida com um pensamento reacionário, conservador, moralista, fundamentalista e desprovido da ampla liberdade civil. Uma pessoa “do rock” tem dever moral contra as injustiças da vida política, compromisso através da arte disseminar boas ideias e mais: fazer de ideias atitudes, e delas, uma nova realidade. Cazuza uma vez disse:


“Nós gostamos de rock e somos loucos
Eles fazem besteiras e são normais
Que vivam os loucos de boa cabeça
E pela metamorfose da vida se tornem ‘malucos beleza’”.


Geralmente essa galera são os jovens, cheios de energias, ideias e disposição. Entre uns e outros, se ajeitam em meio as dificuldades financeiras para estarem sempre ali com o pessoal “para o que der e vier”, etc.

Mas, ser jovem é necessariamente ser rebelde, progressista e de opor-se ao que se está estabelecido? Não, infelizmente não. Pode até ser contrário a algumas coisas de gerações anteriores, mas na formação ideológica reflete o ambiente em que vive (vida “selvagem”, pensamento idem); ser criado de forma a manter o status quo e, assim, se tornar um “rebelde sem causa”, um retrógrado, mesmo quando as espinhas ainda estouram em sua pele e sua mãe ainda traz o café com leite com biscoitos antes da escola.

Renato Russo (que, sinceramente, se tivesse ainda vivo seria um desses neoconservadores) escreveu na música “A Dança”:


“Você é tão moderno
Se acha tão moderno
Mas é igual a seus pais
É só questão de idade
Tanto fez tanto faz”


No brasil atual, os “revoltados” são muitas vezes jovens que se dizem fãs de Pink Floyd e não compreendem o que é a música “another brick in the wall”.

A prova desse reacionarismo e neoconservadorismo associado ao Rock é perceber que a “rebeldia” nos anos 80 de roqueiros como Lobão, Roger (Ultraje à Rigor) e, também antigos “críticos ao sistema”, por ex. Fernando Gabeira que hoje é só um velho ranzinza e careta.

A poética das bandas de rock dos anos 80 reflete esse cinismo em relação ao futuro em versos como “é melhor viver dez anos a mil do que mil anos a dez” (Décadence Avec Élégance do Lobão) ou “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã” (Pais e Filhos do Legião Urbana) ou o niilismo do Barão Vermelho (Roberto Frejat) em “Ideologia”.

Em suma, em outra postagem já havia dito sobre o rock e seus “fãs” tupiniquins atuais: haviam os “vândalos” de boa consciência na época que apenas quebravam os ‘bons costumes’ com a classe dominante e, pasmem: surgiam da mesma; Cazuza, Ratos do Porão, Inocentes, entre outros. Eles não eram ideólogos conservadores, mas pelo contrário: eram, sobretudo, artistas que faziam de seus talentos críticas sociais, rompendo com aquilo que julgavam não ser libertário, de progresso, etc. Hoje em dia, existem muito “fãs” que não entendem isso – a quebra de um pensamento ultrapassado.

Mas ainda finalizo: ser “roqueiro” e conservador é, portanto, algo incoerente, típico de quem lê e não compreende o que está escrito. No caso do rock, ouve e curte, mas desconhece seu significado, ou só é mais um “rebelde sem causa” como o próprio Roger cantava. Até porque ser “roqueiro” não é pagar de descolado com a galera para ser cool e “diferentão”. O estilo vai além da simples musicalidade; é arte e ideologia.